quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Descobrindo que o problema nunca foi o número na balança



Bom, voltando a falar sobre mim.
Fui uma boa aluna quando criança, era educada, esperta, falante (continuo... rs). Mas tinha um problema bem sério: fui criada em um ambiente só de críticas. Minha família toda era uma bagunça só e não tínhamos o hábito de falar sobre sentimentos. Não tínhaaamos tempo pra “dramas” e psicológo sempre foi considerado uma frescura, infelizmente.
Elogios então!! Acho que nem sabia o que era isso. E claro, a criança tende a absorver tudo aquilo que vive e comigo não foi diferente.
Me tornei uma pessoa crítica demais comigo mesma e com os outros. Nunca achava que nada estava bom e vivia reclamando de tudo a cada 2 segundos. Não sabia elogiar, não sabia receber elogios. Não me achava merecedora de elogios.
Eu me via pelos olhos das outras pessoas. Assim, sempre que recebia uma crítica, eu ficava arrasada, como se aquilo que a outra pessoa pensa fosse eu.
Esse perfil me atrapalhou em todos os relacionamentos: familiares, com amigos e afetivos. Imagine uma pessoa que precisa de aprovação externa o tempo todo... quando não tem fica deprimida. E ninguém é unânime, eu também nunca fui, aliando isso aos defeitos que certamente tinha, tenho e terei e ao meu perfil pessimista, me tornei uma pessoa desagradável de se ter por perto.
Tinha poucos amigos. Estava sempre falando mal de algo/alguém.
(GENTE, COMO VOCÊS ME SUPORTARAM ATÉ OS 24 ANOS???)
Às vezes, precisamos chegar ao fundo do poço pra então nos reerguermos. Foi o que aconteceu comigo. O meu relacionamento – aquele da faculdade, na minha cabeça, era a única coisa de importante que eu tinha na vida. Não me importavam outras pessoas ou coisas. Imaginem o quanto eu sufocava o pobre...rs.
Quando tudo acabou me senti sozinha demais. Parecia que o mundo tinha resolvido desabar sobre mim. Mas como eu estava enganada. Esse tempo sozinha me fez ter um conhecimento muito profundo sobre mim mesma. É como se eu olhasse pra mim mesma de fora, mas com mais carinho do que eu tinha geralmente.
Fiz terapia e isso foi um divisor de águas na minha vida. O psicólogo não entra na sua chantagem emocional, você não pode manipulá-lo. Então, tem de encarar os fatos como são e este é o desafio.
Passei a entender que eu não precisava de aprovação externa, desde que me gostasse. Pra me gostar, precisava me conhecer. Essa busca por mim rendeu uma mulher muito mais confiante e feliz. (No fundo, eu deveria agradecer ao ex por ter me largado.... ou não sei onde teria parado mantendo aqueles comportamentos).
Hoje, eu ainda sou gorda. Mas eu me acho absolutamente LINDA e ninguém vai me fazer mudar de ideia. Mudou minha postura, não me faço mais de vítima, a coitadinha que quer a qualquer preço atenção das outras pessoas.
EU cuido de mim; mental e fisicamente. As outras pessoas complementam minha vida e não a completam. E sim, tem muita diferença. Quando você precisa de alguém pra te completar, algo vai muito mal, viu? O complemento é aquilo que, se não tiver, não vai fazer diferença no resultado final. Ou seja, se ninguém me elogiar, não quer dizer que eu vá me sentir feia.
É clichê pra caralho, mas amar-se é o único caminho. Duro, árduo, longo, mas o único caminho.

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